terça-feira, 1 de dezembro de 2009

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Mãe transmite cancro para o feto







Médicos só detectaram leucemia na criança aos 11 meses de idade

Na altura em que se assinala mais um dia mundial da luta contra o cancro (27 de Novembro), os cientistas depararam-se com um caso invulgar. Uma japonesa, de 28 anos, desenvolveu leucemia durante a gravidez a filha, aos 11meses, também teve o mesmo diagnóstico. O estranho é que o cancro não foi transmitido geneticamente, mas através de uma espécie de infecção do útero materno, de acordo com a investigação publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences. Embora se saiba que a placenta funciona como uma barreira que bloqueia a passagem de células estranhas e o próprio sistema imunitário do bebé devesse destruir as que conseguissem passar, isso não aconteceu.

Genes sofreram mutação

Ao que tudo indica, o sistema imunitário não reconheceu as mesmas como sendo estranhas e não as destruiu, porque houve uma mutação. Aliás, foi o facto de os cientistas terem descoberto que tanto a mãe, que entretanto acabou por falecer, como a filha apresentavam um gene de cancro idêntico, com uma mutação que lhes despertou a atenção. Ainda segundo os especialistas, a bebé não herdou o gene, sendo que não desenvolvei a leucemia de forma isolada.

Em comunicado, Mel Greaves do Instituto de Investigação de Cancro, no Reino Unido explica que”as células malignas maternas atravessaram a placenta até ao feto e conseguiram implantar-se porque eram visíveis para o sistema imunitário”. No entanto, o mesmo especialista garante que estes são casos raros, havendo apenas trinta suspeitas. “As hipóteses da grávida desenvolver um cancro e o passar para o filho são remotos”, garante.

Também para o Professor Dr. Carlos Santo Jorge, médico-obstreta, este é “um assunto muito pouco vulgar e pouco conhecido. Sabe-se que existe passagem de células, nomeadamente, de glóbulos vermelhos do feto para a mãe. O inverso não é tão conhecido, ou seja, passando da mãe para o filho. Numa situação destas, confesso que não sei dar uma explicação muito adequada, pois nunca ouvi nenhuma referência a uma situação desse tipo, quer seja em bibliografias, como em reuniões internacionais. De qualquer forma, existem muitas áreas desconhecidas relativamente a estes assuntos”, explica.

Para David Grant, director da Leukaemia Research, “a mensagem mais importante desta investigação fascinante é que as células podem ser destruídas pelo sistema imunitário. Usar o poder deste sistema para curar, em primeiro lugar, e, depois, proteger os doentes de leucemia é uma das nossas áreas de pesquisa”.



Artigo retirado da revista Maria nº1720

Estudo abre nova esperança

Cancro já não é sinónimo de infertilidade
Os jovens do sexo masculino que sofrem de doenças oncológicas podem tornar-se inférteis devido aos medicamentos. Contudo, uma nova e inovadora técnica baseada na recolha de células estaminais já constituiu uma solução para este problema. Um estudo do Laboratório de Biologia Celular do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, no Porto, permitiu concluir que, ao isolar células estaminais progenitoras antes da realização de quimioterapia, é possível manter estas células vivas e férteis, podendo o individuo vir a ser pai no futuro. “Por enquanto, já conseguimos dividir as células. Talvez daqui a dois anos possamos dizer que alcançámos a purificação total, conseguindo que estes adultos, que sofreram de doenças cancerígenas em crianças, possam ter filhos completamente saudáveis”, disse o especialista em medicina de reprodução, Mário de Sousa, durante o IV Ciclo de Conferências do Instituto Superior de Ciências da Saúde do Norte.



Fertilização para impedir doença genética

A fertilização in vitro é cada vez mais utilizada e associada à prevenção de transmissão de doenças de pais para filhos. Um dos casos que veio a público recentemente foi o de André Luiz Gonçalves, um brasileiro a quem diagnosticado uma doença genética incurável aos 30 anos, que já tinha vitimado mortalmente a mãe e o irmão. Depois de ter sido feito um transplante de fígado, um ano depois, o brasileiro prepara-se para ser pai. A esposa foi submetida a fertilização in vitro e os médicos apontam 98 por cento de certeza de que a menina não terá paramiloidose, o gene causador da síndrome que afectou a família. Caso tivessem optado por uma gravidez natural, as probabilidades seriam de 50 por cento.

Artigo retirado da revista "Maria"






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Como se determina o sexo na espécie humana?

O ovócito II transporta sempre um dos cromossomas sexuais X. Mas os espermatozóides podem transportar o cromossoma X ou o Y. Se o ovócito II for fecundado por um espermatozóide que contenha o cromossoma X, o par formado será XX, isto é, uma menina. Mas, se for fecundado por um espermatozóide que contenha o cromossoma Y, o par será XY, isto é, um menino.




Assim, podemos afirmar que é o pai o responsável pelo sexo do futuro bebé.

Genoma Humano


GENOMA HUMANO


O genoma é o conjunto completo de cromossomas existentes num organismo ou no conjunto de cromossomas diplóides nas espécies eucarióticas.
Na década de 1960, as ferramentas tecnológicas permitiram obter estimativas aproximadas do tamanho dos genomas e interessantes resultados foram obtidos com estes primeiros estudos. Por exemplo, o genoma de E. Coli, uma bactéria procariótica, foi calculado como contendo 4,5 milhões de pares de bases. Como a E. Coli contém cerca de 4000 genes e um gene típico é constituído por 1000 pares de bases, o cálculo dos genomas parece transmitir uma ideia consistente de que os cromossomas contêm colecções lineares de genes em número superior ao das palavras que podem ser contidas numa folha de um livro normal. Calcula-se que os organismos eucarióticos contêm mais de 50 000 genes e que o seu genoma pode ser estimado em 50 milhões de pares de bases. Contudo, os genomas eucarióticos podem conter 3 a 4 milhares de milhões de pares de bases diferentes.
O genoma humano está distribuído por pares de cromossomas, que, por sua vez, contêm os genes. Toda a informação é codificada pelo ADN (ácido desoxirribonucleico), que se organiza numa estrutura formada por quatro bases que se unem aos pares, a adenina com a timina e a citosina com a guanima. A ordem do alinhamento dos pares ao longo da cadeia corresponde à sua sequência.
Identificar o genoma humano possibilita o conhecimento da causa da maioria das doenças. Assim, muitas delas podem ser diagnosticadas ou curadas. Também se pode prevenir o risco das doenças se manifestarem em determinadas pessoas.
Com a sequência do ADN pode determinar-se a ordem dos três milhões de pares de bases químicas que o formam e a partir daí é possível identificar os 30 mil genes, como se codificam e como se regulam.
Para se chegar a esse ponto, em 1985 foi proposto, nos Estados Unidos da América, que se realizasse o projecto do genoma humano a nível mundial. No ano seguinte foi anunciado o Projecto Genoma Humano. Já em 1987 um grupo de trabalho propôs a realização de um projecto destinado a elaborar o mapa e a fazer a sequência do genoma humano num prazo de quinze anos. No ano seguinte foi fundada a organização Genoma Humano, baptizada HUGO, destinada a coordenar os esforços internacionais de investigação nesta área.
Em 1990 foi criado, com o empurrão dos Estados Unidos da América e da Grã-Bretanha, o consórcio público do genoma humano (Human Project Genome), liderado pelo Instituto Nacional de Saúde norte-americano, mas ao qual aderiram vinte países. Pouco depois realizou-se a primeira experiência de terapia genética.
Em 1995 começou a descodificação em grande escala e no ano seguinte a revista de ciência "Nature" publicou o mapa genético do homem. A partir daí foi dado o arranque para o passo seguinte: obter a sequência
Em 1998 surgiu na corrida a sociedade privada Celera Genomics, sediada nos Estados Unidos e liderada pelo cientista Craig Venter , que decidiu patentear as sequências aleatórias do genoma que ia decifrando.
Em Março de 2000, o presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, e o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, apelaram para que tudo o que estivesse relacionado com a descodificação do genoma humano fosse mantido no domínio público. No início do mês seguinte, Craig Venter anunciou que a Celere Genomics já tinha concluído uma sequência em bruto do genoma de uma pessoa.
A 26 de Junho de 2000, cinco anos antes do inicialmente previsto, o genoma humano é dado por decifrado no seu essencial pela Celera. O anúncio público decorreu simultaneamente nos Estados Unidos, Grã-Bretanha, Alemanha, China, França e Japão, e foi feito em parceira com o Projecto Genoma Humano em plena Casa Branca, a residência oficial do presidente dos E.U.A.. Tony Blair marcou presença em directo via satélite.
A 12 de Fevereiro de 2001 foi divulgado na Internet, por ambas as instituições, o esboço do esquema quase completo do genoma humano, onde se pode constatar que o código genético do Homem tem menos genes do que inicialmente se esperava. Em Abril de 2003 o projecto ficou concluído com o anúncio da sequenciação completa do genoma humano.

A diferença em relação ao genoma do chimpanzé é muito pequena, o que prova que não há relação entre a complexidade do organismo e a quantidade de ADN lá existente. Para além disso, entre cada ser humano são partilhados 99,99% dos genes.


Referenciar documento
genoma humano. In Diciopédia. Porto : Porto Editora, 2007.

Célula

CÉLULA


Unidade básica da vida, comum a todos os seres vivos. A maioria das células tem um tamanho entre 1 e 100 mm (1 micrómetro é igual a 0,001 mm). Como o olho humano só distingue pormenores até 0,1 mm, a evolução do estudo da célula esteve sempre ligada ao desenvolvimento das técnicas de microscopia. No século XVIII, com o aparecimento do microscópio óptico surgiu pela primeira vez a noção de célula e só em 1930, com o aparecimento do microscópio electrónico, foi possível observar em pormenor a estrutura celular.

O estudo da célula e da sua importância nos seres vivos levou à elaboração da teoria celular, segundo a qual a célula é a unidade estrutural, funcional, reprodutora, hereditária e de desenvolvimento dos seres vivos.
Apesar de as células serem basicamente idênticas existe uma divisão principal, fundamentada na sua organização interna. As células mais simples, que têm um núcleo não individualizado devido à ausência de membrana nuclear e um citoplasma muito rico em ribossomas mas desprovido de organelos com membrana são células procarióticas. Apenas as bactérias e as cianobactérias, organismos unicelulares, são seres procariontes. As células eucarióticas são mais complexas e evoluídas, têm um núcleo individualizado e supõe-se que resultam da evolução das procarióticas. Os seres vivos eucariontes, uni ou pluricelulares, são os protozoários, os Fungos, as Algas, as plantas e os animais.
Para além da divisão em células procarióticas e eucarióticas, estas últimas podem também ser divididas em vegetais ou animais, visto que estas apresentam características diferentes. Enquanto que as células vegetais possuem uma parede celulósica rígida e apresentam plastos, podendo ser amiloplastos, cloroplastos ou cromoplastos, as células animais não possuem parede celular nem plastos. Por outro lado não se encontram centríolos nas plantas superiores, já nas células animais estes estão presentes. Finalmente, encontram-se nas células vegetais vacúolos, que vão aumentando com a idade, podendo levar à sua junção, que nas células animais não existem ou são pouco desenvolvidos.
Existem várias estruturas celulares cuja constituição o microscópio electrónico permitiu estudar, como a membrana plasmática, o citoplasma, a parede celular, existente apenas nas células vegetais, o retículo endoplasmático, o ribossoma, o complexo de Golgi ou aparelho de Golgi, o lisossoma, as mitocôndrias, o núcleo, o centríolo, o citosqueleto, os plastídios, organelos presentes apenas nas algas plantas e o vacúolo. Estes organelos têm um aspecto e distribuição que varia de célula para célula.
Uma das funções mais importantes das células é a sua reprodução. Quando uma célula eucariótica duplica o seu tamanho os seus cromossomas duplicam-se e a célula divide-se em duas, cada uma com um conjunto completo de cromossomas. Este processo de reprodução é chamado mitose. Um outro tipo de divisão celular ocorre na formação dos gâmetas, células sexuais. Neste processo, a meiose, formam-se quatro células, cada uma com metade dos cromossomas da célula original - os cromossomas duplicam-se antes da divisão celular, tal como ocorre na mitose.


Referenciar documento
célula. In Diciopédia. Porto : Porto Editora, 2007.



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